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CASO CLÍNICO

 

Identificação: AAR, 57 anos, masculino, união estável, natural de Conceição de Rio Verde/MG. Procedente de São Paulo há 54 anos, Bancário, ensino médico incompleto.

QD: Dor excruciante na perna há dois anos.

 

HPMA: O paciente refere que há cerca de 5 anos, após um acidente motociclístico teve a perna esquerda amputada, a partir do 1/3 distal da coxa.

Há 2 anos, após a reabilitação e uso costumeiro de prótese, começou a apresentar dor irradiada para o membro amputado, de caráter progressivo, em intensidade e frequência, que chegou a impedi-lo de utilizar a prótese.

Hoje refere dor intensa ante o simples apoio do coto sobre qualquer superfície.

 

ISDA: NDN

 

Antecedentes pessoais: ndn

 

Em uso: Analgésicos (sem prescrição)

 

Antecedentes Familiares: ndn

 

Exame Físico Geral

Bom estado geral, PA: 130 X 90 , P: 80 BPM, Inspeção: Amputação da perna E

Palpação/percussão: Dor intensa irradiada a partir de um nódulo subjacente ao coto distal

BRNF 2t / SS MV + sem RA Abdome: Sem alterações

Exame Neurológico:

Funções corticais preservadas; Força: Grau V globalmente (exceto MIE); Sensibilidade normal; Pares Cranianos: Normais; Reflexos normoativos (exceto MIE)

 

A partir das informações do paciente e da imagem abaixo, qual seria sua hipótese diagnóstica?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O paciente do caso apresentava um Neuroma Doloroso Traumático: Dor Neuropática, Síndrome Dolorosa.

Todo nervo amputado vai levar a um neuroma, mas não se sabe se vai haver algum problema.  É um emaranhado de axônios, células de schwann e outras células peri axonais,  numa matriz de colágeno densa circundada por fibroblastos, numa arquitetura desarranjada. São fascículos nervosos em degeneração desorientados. Presente em 3 a 5% em todos os pacientes que sofreram lesão de sistema nervoso periférico. Às vezes é doloroso, porque há uma variedade de canais de sódio, e uma alta excitabilidade, justificado por anquirina G. Diagnóstico pode ser por neurografia, ultrassom, RNM. O Tratamento vai ser dar pelo bloqueio do neuroma, mas se houver dor, melhor partir para cirurgia, lembrando que não há uma diretriz clássica, mas pode-se fazer uma anastomose centro-central, que é uma auto-anastomose do fascículo.

 

 

Fonte:

Departamento de Neurocirurgia da UNIFESP

Painful neuromas: a potential role for a structural transmembrane protin, ankyrin G. J Neurosurg 97:1424-1431, 2002

Lluch A. Treatment of radial neuromata and dysesthesia. Tech hand up extrem surg 2001.

 

 

Caso editado por Anderson Texeira

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