
As meningites estão entre as principais causas neurológicas de emergências com alto potencial de mortalidade. Identificar essa doença é, portanto, indispensável e até mesmo fácil em casos clássicos. O tratamento – o qual muitas vezes leva à cura – no entanto, também depende da identificação do agente etiológico. Esse passo deve sempre ser tomado por meio de exames complementares, mas alguns aspectos clínicos podem dar ótimas dicas.
-Levando em conta que os pacientes dos itens têm achados clínicos compatíveis com meningite, correlacione a coluna da esquerda – característica clínica associada - com a da direita – agente etiológico mais provável.
A) Rash 1) Meningococo
B) Paciente idoso que costumeiramente
toma leite não tratado 2) Pneumococo
C) PAciente com AIDS 3) Meningococo sorogrupo A
D) Paciente brasileiro com vacinações 4) Criptococo
e com viagem para África
E) Paciente asplenico e/ou com história de pneumonia 5) Listeria
Resposta:
A – 1
B – 5
C – 4
D – 3
E – 2
Pontos importantes:
- A meningite por meningococo ocorre, em geral, após meningococcemia, a qual gera um rash violáceo característico.
- A Listeria, ao contrário dos 3 principais agentes etiológicos (meningococo, pneumococo e hemófilo) é transmitido por via alimentar e atinge, em geral, idosos.
- Em pacientes com AIDS, a principal causa de meningite é o criptococo, sobretudo naqueles com CD4 abaixo de 100. Esse é um dado de grande relevância já que
- A vacinação contra o meningococo é direcionada aos sorogrupos mais comuns no Brasil – B, C e W135 -, não protegendo contra sorogrupos predominantes em outros países, como os do continente africano, onde predomina o sorogrupo A
- O pneumococo, embora ainda seja uma das principais causas de meningite, é muito mais comum em pacientes com imunodepressão, como aqueles cujo baço é não funcionante (seja por cirurgia ou quaisquer outras causas) ou imunodeprimidos medicamentosamente. Além disso, pacientes com pneumonia por pneumococo são um grupo de risco a parte para a doença.


